quinta-feira, 17 de abril de 2014

http://analuciaproa.blogspot.com.br/2010/06/areias-do-tempo.html
Contagem Regressiva!

Quantas vezes nos pegamos ansiosos por aquele momento especial. Colocamos-nos em contagem regressiva frente ao tempo de espera. Em contrapartida criamos um desenvolvimento exponencial da expectativa.

E com essa gana volitiva esperamos pelo que nos atrai. Cada segundo que passa a ansiedade transborda, e o tempo? Ah pouco importa, pensamos, mas ele se esvai.

Passamos por esse ritual sem dar muita importância, em nossa eterna ânsia de esperar o melhor, aguardamos o momento especial como se fosse o melhor, do ano ou do dia.

E em nossa total incoerência de percepção tardia, que ao tempo é alusiva, sequer nos damos conta que vivemos em uma eterna contagem regressiva. Essa é a contagem da vida, que resulta na morte, sem os tons de expectativa.

Contamos as horas para o fim do dia, contamos os minutos para o fim do expediente. Os dias para o feriado, para o final de semana, final do mês, do ano, e sempre com o ledo engano, com aquela esperança cultivada na mente, que no ano seguinte tudo será diferente.

Parecendo criança sem pensar no presente, esquecemos-nos do agora! De viver esta hora, aproveitar o momento, e como um mero instrumento de nossa própria expectativa fantasiamos que a vida vá mudar de repente, e que tudo dali pra frente signifique melhora.

É minha gente! Mas sequer nos damos conta de nossa magna contagem. Que em nossa eterna viagem pelo plano terreno, vai se tornando pequeno nosso ato de passagem.

Do primeiro choro ao derradeiro suspiro, o tempo viaja lentamente, e nos deparamos de frente com o dilema da existência, tomando ciência da expectativa vivida, quando primeira premissa se transforma em assertiva, vivendo, por fim, nossa última contagem regressiva.

É meus amigos, e é a contagem da existência. A nossa vida é assim, como as areias da ampulheta, que por uma fenda estreita escorre pra outro lado e se não ficarmos ligados e vivermos de expectativa, pode ser que não se viva, passe a existência calado!
Por isso meus amigos, sobrevivam, vivam, corram, conquistem, amem, briguem, chorem, mas não vivam na ilusão que a final da contagem, como num passe de mágica, as coisas estarão melhores.

Seja no próximo dia, mês, ano, século ou vida, não espere, decida pois a existência é agora e pelo menos por hora não conhecemos o outro lado, não vamos esperar sentados, ansiar o fim da contagem, pois pode ser que no final o saldo não seja dos melhores.


Por isso vivamos o agora, como plena dedicação, aproveitando a vivência e que no fim da existência nesse andejar terreno, que não tenhamos mais medo da vida e suas facetas, no despedir desse mundo nos desprendamos do medo, renovando nosso tempo como o virar da ampulheta.

Alexandre A. Zampiva

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