Vida Reticente

Estranho sentimento em meus pensamentos
Insônia caustica castiga o corpo cansado

Os tropeços da vida afloram em memórias

Depressão insana que do peito aflora

Revelando angustias de uma alma andante

Com olhos de estrada revelo meu caminho

Sem destino certo, rumo ou parada

Apenas a estrada em tons abstratos

Cada passo um ato de uma mesma cena

Interpretada, estudada, cantada ou gritada?

Não sei, não me lembro, cena repetida

Dejavu? Não, apenas ensaio

Ensaio pergunto? Não, experiências

Não existe borracha no rascunho da vida

É um livro escrito a tinta invisível

Que a história revela todas as ciências

Para no fim da vida, se revelar em reticências...

Alexandre Zampiva