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http://analuciaproa.blogspot.com.br/2010/06/areias-do-tempo.html |
Contagem Regressiva!
Quantas vezes nos pegamos
ansiosos por aquele momento especial. Colocamos-nos em contagem regressiva frente
ao tempo de espera. Em contrapartida criamos um desenvolvimento exponencial da
expectativa.
E com essa gana volitiva
esperamos pelo que nos atrai. Cada segundo que passa a ansiedade transborda, e
o tempo? Ah pouco importa, pensamos, mas ele se esvai.
Passamos por esse ritual sem dar
muita importância, em nossa eterna ânsia de esperar o melhor, aguardamos o momento especial como se fosse o melhor, do ano ou do dia.
E em nossa total incoerência de
percepção tardia, que ao tempo é alusiva, sequer nos damos conta que vivemos em
uma eterna contagem regressiva. Essa é a contagem da vida, que resulta na
morte, sem os tons de expectativa.
Contamos as horas para o fim do
dia, contamos os minutos para o fim do expediente. Os dias para o feriado, para
o final de semana, final do mês, do ano, e sempre com o ledo engano, com aquela
esperança cultivada na mente, que no ano seguinte tudo será diferente.
Parecendo criança sem pensar no
presente, esquecemos-nos do agora! De viver esta hora, aproveitar o momento, e
como um mero instrumento de nossa própria expectativa fantasiamos que a vida vá
mudar de repente, e que tudo dali pra frente signifique melhora.
É minha gente! Mas sequer nos
damos conta de nossa magna contagem. Que em nossa eterna viagem pelo plano
terreno, vai se tornando pequeno nosso ato de passagem.
Do primeiro choro ao derradeiro
suspiro, o tempo viaja lentamente, e nos deparamos de frente com o dilema da
existência, tomando ciência da expectativa vivida, quando primeira premissa se
transforma em assertiva, vivendo, por fim, nossa última contagem regressiva.
É meus amigos, e é a contagem da existência.
A nossa vida é assim, como as areias da ampulheta, que por uma fenda estreita
escorre pra outro lado e se não ficarmos ligados e vivermos de expectativa,
pode ser que não se viva, passe a existência calado!
Por isso meus amigos, sobrevivam,
vivam, corram, conquistem, amem, briguem, chorem, mas não vivam na ilusão que a
final da contagem, como num passe de mágica, as coisas estarão melhores.
Seja no próximo dia, mês, ano,
século ou vida, não espere, decida pois a existência é agora e pelo menos por
hora não conhecemos o outro lado, não vamos esperar sentados, ansiar o fim da
contagem, pois pode ser que no final o saldo não seja dos melhores.
Por isso vivamos o agora, como
plena dedicação, aproveitando a vivência e que no fim da existência nesse
andejar terreno, que não tenhamos mais medo da vida e suas facetas, no despedir
desse mundo nos desprendamos do medo, renovando nosso tempo como o virar da
ampulheta.
Alexandre A. Zampiva